Debruço-me
sobre a frieza dos olhares. Ninguém se importa, ninguém está ao lado para te
amparar. Quando tudo parece perder o sentido você para, respira e pensa: Haverá
algo melhor! E repete por horas, por dias e quando percebe já se foram anos, e
nada mudou. Repenso minhas certezas e descubro que nada sei. Um eu enroscado em
todos, ao mesmo tempo em que todos só são cascas. Onde está o sentimento
profundo? Liberdade é poder derramar o pranto, mas o que faço? Escondo-me. Engulo
as dores e o tempo passa. Não tenho motivos para estar triste, não tenho
motivos para estar rindo. Não quero ter rancor nem solidão. Espero, então.
Deixei
algum “você” ir, para que eu possa tentar, ao menos, ser alguma coisa neste
momento inoportuno. O destino é esquisito: traz pessoas e leva possibilidades,
e vice-versa. Escondo os desastres sentimentais que invento em sonho, trago à
realidade. A realidade me engana, sou muito tola para enganá-la. Engano-me
apenas. Discordo das verdades. Sofro por mentiras. Quero um dia saber se palavras
são suficientes para saciar a vida, a vida real e a inventada.
Calada, transcrevo possibilidades similares ao passado em que nós éramos, cada um na sua, um feliz futuro. Quantos copos tomei por nós? No fim, minto que você existe para acalentar meu sorriso.
Calada, transcrevo possibilidades similares ao passado em que nós éramos, cada um na sua, um feliz futuro. Quantos copos tomei por nós? No fim, minto que você existe para acalentar meu sorriso.
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