terça-feira, 27 de novembro de 2012

               Aquilo que brota ao nascer do sol, dentro de nós, todos os dias sem querer... Eu ainda não sei definir, mas é uma espécie de confusão mental com discórdia sentimental. De onde vem tanto desencontro? Eu chamo isso tudo de vida na mais pura essência humana.                         
               Gostaria de não querer entender fatos para não ter que carregar fardos. Gostaria que meus olhos parassem de estacionar em garagens proibidas, em territórios desconhecidos, em ruas sem saídas. Eu vejo o contrário do que desejo. Vida, de novo, por que me maltrata? Eu busco uma fonte escondida, a minha própria. Covardia ou burrice não saber onde ela está. Mas essa é a realidade desajustada que me permeia. Finjo aceitar os dias que passam, para tentar sorrir no amanhecer e não chorar ao deitar-me. Concentro-me para ter bons sonhos. E eles vêm, e são apenas sonhos! Sinto cheiros que me lembram pessoas, coisas e momentos. Cheiro é saudade.                                                            
               No entanto, o que me embala neste desabafo é o som da chuva que não cessa lá fora. Cai tranquila, como quem sabe o que quer. Cai sem parar fazendo-me acreditar que ela existe. Cai e é verdade, porque a ouço, porque molha, porque mata a sede do mundo sem se preocupar se eu a quero aqui agora ou não. O mundo não depende de mim e ele está para mim todo o tempo. O que estou fazendo por nós? Desarmonioso tempo, acho que estou desafinando os acordes do agora.         

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