Na extensão do seu sorriso encontrei uma alegria perdida dentro de mim. Chamei de nosso. Não sei se posso, afinal, tanto demorei a perceber. Não é nada além do que já sabemos, mas é tudo diferente do que já vivemos, sentimos. Palavras correm da boca depressa e não deixam pensar, como um reflexo natural, confusão. Esse pensar é o depois, as consequências no real. Enquanto isso, a parte que ainda me cabe racional reage e não me deixa respirar no meu ritmo. Você tomou meu ritmo? Peço que devolva, preciso descansar.
(Leva-se a vida procurando aquilo que lhe tire o chão, que lhe falte o ar, que lhe molhe os olhos. Então, quando parece perto, assutado como um animal ferido, foge. O esconderijo agora não está em lugar nenhum, não basta mais correr das coisas, mas abraçá-las, sugá-las, sem medo, não ir contra: encontrar.)
Quanto vale um segundo de "nosso"? E se fosse uma hora inteira? Mais ainda, se fossem dias e dias e noites, quanto valeria o ''nosso''? Ah, se você concordasse em cuidar do meu olhar...
Preciso, antes de qualquer concretude, abastecer-me de coragem. Tirar todos os poréns que me seguram, nada de ideias dúbias. Nada de pouco. Me espera, então? Não sei quanto demora... É só o tempo de você me devolver o ritmo, tempo que eu não sei contar. Me conta? Disparo palavras, me desconheço, te reconheço, me desespero, te espero, me lamento no seu pranto. Vamos sonhar acordados, escrever e cantar a mesma canção todo dia, quem sabe vira filme, quem sabe?
Logo que eu puder, vou abraçar a felicidade.
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